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Autor: Olegar Fernandes Lopes
Texto publicado no sítio da ACE em 22/10/2011
MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO
Já vi surgir muitos movimentos, já vi outros tantos desaparecerem ou andarem capenga por aí. Por que será que isto não acontece com o Movimento Tradicionalista Gaúcho? Muito pelo contrário, cresce ordenadamente, sem explosão surpreendente que desperte a curiosidade geral. Um movimento que surgiu há 62 anos, liderado por oito jovens com idade entre 18 e 20 anos, com ideais bem definidos, como a defesa dos símbolos cívicos, da tradição e da cultura do Rio Grande do Sul. São fatores fundamentais para a perpetuação do movimento: como o fogo, símbolo de amor e paixão da humanidade, com Paixão Côrtes retirando uma centelha do Fogo Simbólico da Pátria naquela noite de sete de setembro de 1947 para, a cavalo, ele, Cyro Dutra Ferreira e Fernando Machado Vieira conduzirem a Chama até o Colégio Júlio de Castilhos. Aqueles jovens estavam ali, não por exibicionismo, por estarem cercados de garotas e garotos das suas idades, mas por idealismo. Eu vou mais longe, entendo que se o movimento tradicionalista tomou as dimensões que tomou, foi por ter surgido para defender símbolos cívicos e, muito mais, preservar a tradição gaúcha. Tradição esta materializada no galpão, no chimarrão, na indumentária, no cavalo, na arte, na literatura, na musicalidade e nas canções que expressam os sentimentos de amor à terra. É por tudo isto que este movimento é visto como o maior movimento cívico-cultural do mundo. Esta definição é feita por pessoas que não usam bombacha, botas e lenço no pescoço, que comem churrasco por apreciarem as delícias da carne, que tomam chimarrão por tradição. São pessoas que fazem esta afirmativa como, por exemplo, o Professor Dr. Luiz Gonzaga Adolfo, da Unilassale, durante palestra na II Conferência Municipal de Cultura. Ou como o jornalista e antropólogo Jakzam Kaiser, no seu livro O Brasil dos Gaúchos.
Nesse livro o escritor nos dá idéia da devida dimensão do gaúcho, raça da mesma estirpe de Paixão Côrtes, João e Fernando Machado Vieira, Cyro Dutra Ferreira, Ciro Dias da Costa, Jorge Degrazia, Çilço Campos e João Antônio Siqueira.
Eu entendo que este movimento não pertence apenas aos tradicionalistas, aqueles que usam bombacha, botas e lenço no pescoço pelo compromisso que tem como guardiões das tradições do Rio Grande. Mas é, também, daqueles que usam bombacha e botas, tomam chimarrão e dizem "mas bah chê" apenas por tradição, todos os nascidos no RS ou não, pois é um movimento que rompeu fronteiras nacionais e internacionais, espontaneamente, pelos princípios fundamentais que defende.