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Marina Lima Leal
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TRIBUTAÇÃO
SOBRE O LIVRO |
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O projeto de Reforma
Tributária proposto pelo governo, além de impor
maiores sacrifícios ao povo brasileiro, prevê a
taxação de 12% em cima dos livros, que atualmente,
não pagam essa taxa. O livro é isento de impostos
no Brasil, desde a Constituição de 1946, por uma
emenda apresentada pelo escritor Jorge Amado, deputado federal à
época. As Constituições de 1967 e 1988,
mantiveram o dispositivo, com o objetivo de desenvolver, o
mercado de livros, a leitura e os leitores. |
Se aprovado o Projeto de Lei, os livros irão
se tornar mais caros e mais inacessíveis do que já
são, para grande parte da população,
repercutindo assim, não somente nos que têm apreço
à leitura, mas também nas editoras menores
sustentadas por famílias que já lutam por sua
sobrevivência e, consequentemente, nos autores - em
especial os nacionais não famosos, nas feiras e festas
literárias, editoras, distribuidoras, gráficas...
Virá o fechamento de livrarias, o encolhimento do mercado
e mais desempregados para engrossar as estatísticas. |
O governo aumentaria muito mais a arrecadação,
se taxasse jatinhos, iates, lanchas, jet skis, grandes fortunas,
heranças...Em lugar destas medidas, quer taxar os livros,
que já são pouco lidos em nosso país, na
maior parte das vezes por falta de recursos da população
para comprá-los. Porém o ministro Paulo Guedes diz
que, quem compra livros, são os ricos, afirmação
que não se comprova na realidade. |
Os brasileiros já leem pouco e isso
se reflete no preço dos livros, no número de
editoras e livrarias, na variedade de títulos e autores,
na falta de biblioteca nas escolas, na qualidade da educação.
Se os livros ficarem mais caros, vamos ler menos ainda. |
Isentar o livro de tributação
é o mínimo que o governo pode fazer para
incentivar a leitura no país e a formação
de cidadãos intelectualmente preparados. |
Qual o real objetivo de aumentar um imposto
de um mercado já defasado? Seria o de acabar com
privilégios ou perpetuar um sistema que os permite
existir? |
Ao ser questionado, o ministro Paulo Guedes
afirmou que iriam doar livros para os "pobres e frágeis",
mas os ricos deveriam pagar impostos sobre eles. Porém,
pergunto: com o histórico que o governo apresenta em
ajudar os "pobres e frágeis" dá para
acreditar que isso vá acontecer? Quais livros eles estão
falando que vão doar? Por que ele disse isso e ao mesmo
tempo, nenhuma proposta do tipo foi encaminhada ao Congresso?
Mal se tem livros nas escolas públicas para todos os
alunos! |
Ao invés de estar correndo atrás
de políticas para que os livros possam ser acessados por
toda a população, o governo está fazendo
exatamente o contrário. |
"Um autor recebe, em média, 10%
do preço de capa do livro por direitos autorais. Caso a
reforma seja aprovada, o governo passará a receber 12%.
Ou seja, mais que o autor do livro.". |
Talvez o governo Bolsonaro nunca
entenda, que um país se faz com livros e não com
armas. (Jeferson Tenório professor e
escritor) |
A União Brasileira de Escritores se
manifesta contra a tributação de livros,
afirmando: 'Quem está no poder, não deve gostar
muito de livros. Com certeza! |
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Marina Lima Leal |
Tramandaí, 27 de agosto de 2020. |
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