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Marina Lima Leal
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SOCIEDADE AMIGOS
DE TRAMANDAÍ, A SAT |
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No mês de abril do ano que ora finda,
fomos surpreendidos com a seguinte manchete do jornal ZH: "Demolição
de parte do prédio da Sociedade Amigos de Tramandaí
surpreende moradores e veranistas" Não nos encontrávamos
no Estado e ficamos apreensivos pela dificuldade de acompanhar o
desenrolar dos acontecimentos. |
Soubemos depois, que diante do fato e da
reação de moradores e veranistas, o Sindicato dos
Arquitetos do estado do Rio Grande do Sul (SAERGS) e a Oscip
Defender protocolaram um documento no Ministério Público
da cidade, solicitando a análise do caso. Em 18 de abril,
o Ministério Público obteve na justiça uma
liminar que proibiu qualquer obra no prédio até
que se definisse o valor cultural do bem. O MP também
solicitou ao Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico do Estado (IPHAE-RS) um parecer sobre a importância
arquitetônica e histórica da construção.
Em ofício, o diretor do IPHAE, afirma ao MP que é "necessário
garantir a preservação da edificação,
que sem dúvida, representa a identidade cultural
regional, assim como do Estado do Rio Grande do Sul". O
parecer técnico assinado pela Historiadora do IPHAE, Frinéia
Zamin, apresenta uma série de informações
sobre o movimento modernista no Estado e sobre a história
da SAT que teve sua sede inaugurada no dia 12 de janeiro de
1957. O documento, elaborado em junho, é finalizado pela
historiadora com a afirmação: "a sede da SAT é,
sem dúvida, um bem cujo valor histórico e de referência
coletiva, integra o patrimônio cultural do município
de Tramandaí". |
A Assessoria de Imprensa do Sindicato
relata que o Promotor de Justiça que esteve com o caso,
informou ao SAERGS que a ação do MP visa à
elaboração, pelo poder municipal, de um inventário
de bens arquitetônicos de relevância histórica
ou arquitetônica de Tramandaí. Com esse inventário,
será possível identificar quais obras e imóveis
precisam de preservação. O Promotor esclarece que "os
pareceres emitidos pelo IPHAE estão incluídos no
processo, mas é a justiça do município quem
vai determinar que laudos técnicos serão necessários
para avaliação do caso da SAT e sobre o futuro da
obra". |
Após estes encaminhamentos, a
imprensa silenciou sobre o caso. Para nossa surpresa, numa de
nossas vindas a Tramandaí, constatamos que a obra
continuava e uma torre, com a figura de uma garça,
existente no pátio do Clube havia sido demolida. Os
tapumes para a construção do prédio estavam
e continuam lá. |
Temos conhecimento da dificuldade
financeira dos Clubes Sociais, em quase todo o Rio Grande e este
foi o motivo alegado pela presidente, na ocasião: "Chegou
um ponto em que as pequenas reformas já não davam
conta da SAT. E essa permuta foi a maneira que encontramos para
solucionar o problema e não termos de extinguir a
sociedade", justificou Iara Corso. |
O fato lamentável que atingiu esta,
que foi sede de bailes de Carnaval e festas de verão de
mais de uma geração, até dá para
entender. O que é realmente inexplicável é
o estado de abandono em que se encontra o que restou da SAT. A
grama cresce ao redor, o lixo se acumula, as portas do Clube estão
trancadas, a academia e as aulas de hidro ginástica que
funcionavam em sua piscina, já não se encontram em
atividade. Não há mais nenhum anúncio de
programação para o verão. |
É impossível passar
indiferente, pela frente da SAT, que já foi um dos cartões
postais de Tramandaí e vê-la neste estado de
abandono. Centenas de pessoas passam por ali, diariamente em
direção ao mar. Será que não é
possível uma solução, ainda que
alternativa? |
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