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Texto publicado aqui em 28/05/2019 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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RUMOS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A edição do jornal ABC do dia 27 de janeiro último nos motiva a refletir sobre os rumos da Educação em nosso país.
Começa citando frases de diversos representantes do governo federal que causam grande preocupação aos educadores, pais e alunos.
Vejamos as diversas posições: Bolsonaro manifestou simpatia pelo movimento Escola sem Partido que é também um projeto ideológico, porque ao proibir a discussão de algumas questões, está tomando um posicionamento. Não discutir práticas hegemônicas, homofóbicas e toda a variedade de desigualdades, significa não combater essas desigualdades, mas reforçá-las na sociedade. Disse também querer abolir Paulo Freire do MEC. Ora, querer "abolir Paulo Freire do MEC" é desconhecer toda a contribuição que ele deu à consolidação, da escola pública, democrática e cidadã, num país que nem sempre se preocupou com a população pobre e marginalizada. Freire é o intelectual brasileiro que, juntamente com Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, deu visibilidade internacional ao Brasil, na área da Educação.
Ricardo Vélez Rodrigues, ministro da educação - fez críticas ao que chamou"marxismo cultural" e à ideologia de gênero nas escolas. Conforme pesquisa realizada no ano passado, a maioria dos brasileiros apoia a educação sexual nas escolas.
Carlos Nadalim Secretário de Alfabetização - critica os métodos construtivistas e os considera responsáveis pelo alto analfabetismo funcional. Defende os métodos fônicos de alfabetização, em detrimento de outros métodos. A Associação Brasileira de Alfabetização divulgou manifesto assinado por 120 grupos de pesquisa e organizações sociais em defesa das múltiplas abordagens metodológicas para a alfabetização.
O novo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), Marcos Vinícius Rodrigues anunciou mudanças nas provas do Enem, disse que o banco de questões do ENEM, "não terá postura ideológica". Como se sabe, esta é uma das falácias da direita para acusar os que defendem a valorização do ser humano e do saber científico e rotulá-los de ideológicos.
Na última semana, o ministro da Educação saiu com mais esta pérola: "só elite intelectual deve ter acesso à Universidade", provocando grande preocupação entre estudantes, professores, pais e gestores de Universidades. Com a afirmação o ministro está acabando com a esperança de pais, que sonham ver os filhos ascenderem socialmente pela educação.
A educação básica e a profissionalizante são importantes, mas não podem estar dissociadas do Ensino Superior. Um país não precisa ter a totalidade de sua população com formação superior, mas o Brasil tem apenas 15% o que nos deixa atrás da maioria dos países desenvolvidos.
A ministra Damares Alves defende a educação domiciliar, de forma não regulada e sem nenhum plano de fiscalização e a coordenadora de formação dos professores, Maria Eduarda Mostaço, nunca deu aula e defende também o ensino domiciliar.
As posições expressas por membros do governo, como se percebe, são um verdadeiro retrocesso a todo o avanço, que se alcançou nos últimos anos, nesta área fundamental para nosso desenvolvimento.
Marina Lima Leal
Tramandaí, fevereiro de 2019.
 
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