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Marina Lima Leal
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RETORNO ÁS
AULAS |
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O governo do Estado
divulgou na tarde a última 4ª feira, 27, o calendário
de retorno às aulas, dividido em 4 etapas, que se
estenderão de 01 de junho a 01 de setembro. |
Na primeira etapa, que começa na próxima
segunda feira, tem início o Ensino remoto, para todos os
níveis das redes pública e privada, nesta, muitas
escolas já vem desenvolvendo atividades à distância
desde o final de março. Uma vez mais, ficam evidenciadas
as diferenças estruturais e a desigualdade social entre
os alunos das duas redes. |
A plataforma escolhida para viabilizar o
ensino remoto nas escolas estaduais é a Classroom, do
Google for Education. Desconhecida da maioria dos professores e
alunos, traz grande preocupação, pois as aulas
deverão iniciar daqui 3 dias e os professores relatam
falta de orientação de como proceder. Não
foram preparados para esta modalidade de Ensino, tampouco os
alunos. Se havia intenção, por parte do governo,
de adotar este procedimento, pelo menos os professores teriam
que ter sido preparados e os equipamentos comprados, nestes 2
meses de distanciamento social. |
Grande parte dos alunos e professores, não
tem acesso à internet ou o que possuem é muito
precário, não sendo suficiente para o
desenvolvimento das aulas. |
A Secretaria de Educação
(SEDUC) afirma que, este primeiro momento deve ser de capacitação,
para que estudantes e professores se habituem ao ambiente
digital e que serão disponibilizados computadores para
todos os educadores da rede, mas ainda não há data
para que isto aconteça. |
O CPERS/Sindicato lamenta não ter
sido consultado na elaboração do modelo de Ensino
remoto e de volta às aulas elaborado pelo governo do
Estado, pois neste processo, deveriam participar todos os atores
sociais envolvidos: professores, agentes educacionais, alunos e
pais. A pandemia é um fato excepcional, que exige o esforço
e a participação de todos, para uma possível
retomada das atividades educacionais. |
O ano letivo não corresponde
necessariamente ao ano civil, portanto, neste momento de medo e
de incertezas, não temos que nos preocupar apenas em
cumprir o ano letivo até o final do ano de 2020. A Educação
é um processo, cujas etapas não podem deixar de
ser cumpridas. O retorno só deve se dar, quando tivermos
dados, baseados em critérios científicos, de que a
Covid-19 está sob controle e que as escolas estão
em condições de oferecer segurança, tanto
nas questões de estrutura, equipamentos de proteção
e quadro de pessoal, para que os alunos e educadores possam
retornar com tranquilidade. |
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Marina Lima Leal |
Tramandaí, 29 de maio de 2020. |
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