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Marina Lima Leal
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A REFORMA DO
ENSINO MÉDIO |
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Muito se fala em crise da Educação
Brasileira. Sobre o Ensino Médio então, há
um consenso de que como está, não pode ficar. Os últimos
dados do IDEB alarmaram as autoridades, como se os problemas já
não viessem, há muito tempo, sendo apontados por
educadores e estudiosos do tema. |
Na última quinta feira, 22 de
setembro, fomos surpreendidos com a edição de uma
Medida Provisória reformulando este nível de
ensino. Provavelmente, na pressa por promover as alterações,
o governo federal optou por este meio de tramitação,
mais rápido do que a de um Projeto de Lei, no qual
haveria maior tempo para discussão. |
Esquecem o ministro da Educação,
Mendonça Filho e o próprio presidente Temer, de
que a educação é algo muito sério e
não pode ser resolvido através de um canetaço.
Faltou algo fundamental na elaboração da proposta
- o debate com os principais interessados: educadores, pais e
alunos. Numa área tão importante e delicada, as
decisões não podem ser tomadas de maneira açodada,
como se fosse possível mudar uma cultura, através
de um decreto. Esta é uma atitude muito preocupante. |
Há muitas dúvidas sobre a
proposta do governo e de como será implementada nas
escolas de todo o país. Muitas perguntas o Ministério
da Educação terá que responder. Não
se tem ainda todas as informações e as que temos são
desencontradas, mas só o fato de não ter sido
discutida com a sociedade, acabar com a obrigatoriedade de
disciplinas importantes, além de prever que os
profissionais que atuarão na educação, não
necessitem de formação específica para tal
e de ampliar a carga horária total, sem explicar como será
operacionalizada esta ampliação, já
demonstram o grau de dúvidas que desperta. |
Talvez, uma das mais sintomáticas
medidas desta reforma, seja o fim da obrigatoriedade da contratação
de pessoas com formação acadêmica específica.
A figura da contratação de "profissionais de
notório saber", cujos critérios não
estão claros, poderá rebaixar e instrumentalizar o
ofício docente a níveis inimagináveis. |
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Marina Lima Leal |
23 de setembro de 2016. |
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