Biblioteca Comunitária SIMÕES LOPES NETO
Notícias / Novidades
Receba por email
Voce está em    Associados    Marina Lima Leal    Textos
Texto publicado aqui em 04/09/2019 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
Formato PDF
Imprimir texto Imprimir texto
PARQUE DA LAGOA DO PEIXE
O Parque da Lagoa do Peixe foi criado em 1986, possui 36,7 mil hectares e está situado numa planície costeira arenosa, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, nos municípios de Mostardas e Tavares.
Constitui um berçário, para o desenvolvimento de espécies marinhas, como o camarão-rosa, tainha e linguado, além de atrair diversas espécies de aves. Já foram catalogadas 275 espécies, sendo 35 migratórias.
Os ruralistas da região querem transformar o Parque numa Área de Proteção Ambiental (APA), categoria de conservação pouco restritiva, o que permitiria maior exploração comercial.
Quem controla as atividades no Parque é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que atualmente passa por turbulência com exoneração de diretores, troca de presidente e nomeações questionadas por setores da sociedade.
A mais recente e que causou maior polêmica foi a nomeação da produtora e agrônoma Maira Santos de Souza, para a chefia do Parque. Indicada ao cargo por produtores da região, teve seu nome levado ao ministro, pelo presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB). Ela vai substituir o servidor de carreira, Fernando Weber.
Maira não tem experiência nem formação em preservação ambiental. Trabalha nas lavouras de arroz e soja da família, em Mostardas.
No ICMBio, a nomeação foi recebida com surpresa. Os funcionários haviam solicitado abertura de processo seletivo, para a substituição do chefe, mas a escolha da agrônoma tramitou em sigilo, no Ministério do Meio Ambiente.
O Parque tem uma importância ambiental muito grande, tanto que faz parte da rede hemisférica de reservas de aves de praia. É limite Sul para as aves que vem do Norte e limite Norte para as aves que vem do Sul. Transformar o Parque em APA, traria consequências inclusive, para o biodiversidade de outros países.
Como há toda esta disputa na região e Maira representa "parte dos interesses contrários ao parque, é muito ruim" (Francisco Milanez, biólogo e presidente da AGAPAN).
Temos aí mais uma nomeação, que não levou em conta os anseios da população, que se preocupa e luta pela preservação ambiental de nosso estado e do país.
Canoas, em 21 de julho de 2019.
Marina Lima Leal
 
Desenvolvido, mantido e hospedado por TecnoArte