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Texto publicado aqui em 04/05/2020 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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A PANDEMIA
Mal saíamos do período de férias e chega a Pandemia, que infelizmente, pegou a ciência brasileira num período de muito baixo financiamento. O governo Temer apoiou pouco a ciência e a situação foi agravada no governo Bolsonaro. Os cortes de bolsa de mestrado e doutorado, resultou em falta de mão de obra nos laboratórios.
A Pandemia está a demonstrar o quão abandonada se encontra a saúde em nosso país. Falta o que há de mais básico, como os equipamentos de proteção individual para médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, que se encontram expostos diretamente aos riscos de contágio. Cuidar de quem cuida da vida, deveria ser a prioridade das prioridades. As carências de infraestrutura e logística são enormes. Além disto, a pressão econômica dos países mais ricos consome a produção de máscaras, luvas e outros acessórios. Os fornecedores são poucos e os preços dispararam. Não temos respiradores suficientes, quando se sabe que são essenciais para salvar os acometidos pelo Covid-19.
Para complicar ainda mais a situação, temos um Presidente que despreza a ciência e fica fazendo bravatas, combatendo o isolamento, defendido até agora, pela equipe do Ministério da Saúde, evitando que haja uma explosão de casos, que nossa rede de saúde seria incapaz de absorver.
Como diz Carlos Gerbase, na sua coluna de 14 de abril em ZH: “... a única preocupação do mais ideológico presidente do Brasil em todos os tempos, é não perder sua base de apoio para as eleições de 2022. E que morram os velhos e os debilitados...” e quer “instalar um isolamento imoral, no qual as empresas sobrevivam e os trabalhadores morram”.
De positivo nesta batalha temos as medidas tomadas, até o momento, pelo Ministério da Saúde, governadores e prefeitos, que com os decretos de isolamento, estão evitando que a doença se espalhe de maneira incontrolável; boa parte da mídia, que não apresenta apenas dados, mas entrou na campanha pelo isolamento, esclarecendo a população e, finalmente, o despertar de um olhar diferente para o nosso SUS, que tem sido a mais injustiçada instituição brasileira. Nos últimos anos os recursos federais que deveriam ser destinados ao sistema único, diminuíram gradativamente, sobrecarregando estados e municípios, que não conseguem dar um atendimento satisfatório à população.
A realidade da Pandemia é impiedosa, pois não adianta ter um Plano de Saúde que dá direito aos melhores hospitais, se eles estiverem lotados, sem vagas na UTI. Felizmente temos o SUS, que atende a todos os brasileiros, sem distinção.
Marina Lima Leal
Tramandaí, 14 de abril de 2020.
 
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