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Texto publicado aqui em 01/07/2020 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NO GOVERNO BOLSONARO
Todos sabemos que a Educação em nosso país, raramente tem sido tratada, pelos governantes, como prioridade, a não ser nos discursos pré-eleitorais. Porém, no atual governo, questões superficiais, confrontos estéreis e discussões ideológicas através das redes sociais têm substituído a urgência em melhorar a qualidade e o acesso à Educação. Primeiramente com Ricardo Vélez Rodriguez, depois com Abraham Weintraub na gestão deste importante Ministério, foram tempos preciosos desperdiçados com controvérsias, no mínimo, dispensáveis.
Para aqueles que verdadeiramente se preocupam com a Educação, Weintraub não vai deixar saudade de sua passagem pelo Ministério. Sem experiência na área, chegou ao MEC por afinidade com bolsonaristas e acumulou conflitos, por tensão constante com educadores, secretários de educação, estudantes e reitores. Até a data da realização do ENEM ele queria manter a prevista anteriormente, sem considerar todos os problemas causados pela pandemia. Só voltou atrás, com grande mobilização de entidades ligadas ou preocupadas com a educação.
Weintraub corre ainda o risco de ser preso por ter defendido a prisão dos “vagabundos do Supremo Tribunal Federal” e por estar ligado ao esquema de ataques às instituições e de disseminação de fake news.
Na quinta-feira (18), ele anunciou, ao lado de Jair Bolsonaro, que estava deixando a pasta, após aceitar o convite para ocupar um cargo de direção no Banco Mundial. No dia19, sexta feira, ele chegou aos Estados Unidos, mas sua exoneração só foi publicada no Diário Oficial da União, no sábado, dia 20, quando já havia chegado lá, ou seja, viajou ainda como ministro.
Foi como autoridade oficial, o que ainda é permitido nos EUA, pois os demais brasileiros estão impedidos de ir para lá, por causa do Covid 19, ou seja, Bolsonaro pode ter colaborado na fuga de um criminoso. Anuncia a saída dele do Ministério na quinta-feira e sua exoneração sai apenas após 48 horas, no Diário Oficial União, para evitar que fosse impedido de entrar nos EUA. Isto tem um nome: obstrução da justiça.
Na 3ª feira, 23, o Decreto de Exoneração foi retificado, estabelecendo os efeitos da demissão a partir da 6ª feira, 19 de junho. Atitude, no mínimo, estranha.
A indicação de Weintraub para o Banco Mundial, com altíssimo salário, poderá ser barrada. A Associação de Funcionários do Banco Mundial (WBG Staff Association) enviou carta ao conselho de ética da Instituição, com críticas duras ao ex-ministro e pedindo que sua nomeação ao cargo seja reavaliada.
Eis o conteúdo do documento: “Solicitamos formalmente ao conselho de ética que reveja os fatos por trás dessas múltiplas alegações, com intenção de colocar sua indicação em espera, até que essas alegações possam ser revisadas e garantir que o sr Weintraub seja avisado de que, o tipo de comportamento pelo qual ele é acusado, é totalmente inaceitável nesta instituição.”
Quando finalizávamos este texto, era anunciado o nome do novo Ministro da Educação. Aguardemos os próximos capítulos.
Marina Lima Leal
Tramandaí, 25 de junho de 2020.
 
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