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Marina Lima Leal
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MINISTÉRIO
DA MULHER |
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Nós, mulheres
brasileiras, deveríamos estar a comemorar, no próximo
08 de março, a criação do Ministério
da Mulher, separado do Ministério de Direitos Humanos, não
fosse a falta de, no mínimo bom senso, nas manifestações
da Ministra da pasta, Damares Alves, em relação a
questões que dizem respeito, em especial, à
mulher. |
Ao afirmar que "uma nova era começou
no Brasil: menino veste azul e menina veste rosa", a
ministra parece estar mais preocupada com as cores das roupas
das crianças e adolescentes do que com o combate à
pedofilia e com as famílias que não tem roupas de
cor alguma para vestir seus filhos, nem alimentar suas crianças
ou evitar a concepção, por ignorância ou
falta de recursos. |
Será que a ministra desconhece o
fato de que no Brasil, cerca de 30 milhões de famílias
são chefiadas por mulheres, quando declara que o ideal
seria que elas ficassem em casa, sustentadas pelos maridos? |
Apesar do avanço que a Lei Maria da
Penha trouxe para a luta das mulheres, o número de
feminicídios vem crescendo. Na primeira quinzena deste
ano houve um grande aumento, conforme informam os noticiários.
Mulheres são mortas, pelos motivos mais torpes. |
A preocupação só
aumenta, com a recente liberação da posse de arma
de fogo. "Será que não se está armando
o homem para ele fazer o que sempre vivenciou numa sociedade
machista e patriarcal? |
E o Ministério da Mulher, o que
disse até agora?" |
É muito preocupante que uma mulher
esteja investida de um cargo de tamanha importância e não
mostre preocupação com os grandes problemas que
afligem as mulheres brasileiras. O fato serve para refletirmos,
que o feminismo ainda tem um longo caminho a percorrer. É
importante lembrar que o feminismo é para todos,
inclusive pastoras, ministras conservadoras, libertárias,
donas de casa e inclusive para os homens, que devem adotar a
luta das mulheres. |
A proibição de abordar as
questões de gênero no âmbito escolar, com o
argumento de que incentivaria a homossexualidade é um equívoco,
pois este é um espaço privilegiado para a formação
da cidadania e deve abordar estas questões, que na
maioria das vezes, não são abordadas na família,
por preconceito ou falta de preparo. A escola precisa também
ensinar à mulher que ela não nasceu apenas para
ser mãe, ela é livre para ser o que quiser. Tem o
direito de sair de um relacionamento sem correr risco de ser
morta, como ocorre em muitos casos. |
Em pleno século XXI, está
mais que na hora de garantir às mulheres, o direito
fundamental de viver. |
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Marina Lima Leal |
Tramandaí, março de 2019. |
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