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Texto publicado aqui em 28/05/2019 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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MINISTÉRIO DA MULHER
Nós, mulheres brasileiras, deveríamos estar a comemorar, no próximo 08 de março, a criação do Ministério da Mulher, separado do Ministério de Direitos Humanos, não fosse a falta de, no mínimo bom senso, nas manifestações da Ministra da pasta, Damares Alves, em relação a questões que dizem respeito, em especial, à mulher.
Ao afirmar que "uma nova era começou no Brasil: menino veste azul e menina veste rosa", a ministra parece estar mais preocupada com as cores das roupas das crianças e adolescentes do que com o combate à pedofilia e com as famílias que não tem roupas de cor alguma para vestir seus filhos, nem alimentar suas crianças ou evitar a concepção, por ignorância ou falta de recursos.
Será que a ministra desconhece o fato de que no Brasil, cerca de 30 milhões de famílias são chefiadas por mulheres, quando declara que o ideal seria que elas ficassem em casa, sustentadas pelos maridos?
Apesar do avanço que a Lei Maria da Penha trouxe para a luta das mulheres, o número de feminicídios vem crescendo. Na primeira quinzena deste ano houve um grande aumento, conforme informam os noticiários. Mulheres são mortas, pelos motivos mais torpes.
A preocupação só aumenta, com a recente liberação da posse de arma de fogo. "Será que não se está armando o homem para ele fazer o que sempre vivenciou numa sociedade machista e patriarcal?
E o Ministério da Mulher, o que disse até agora?"
É muito preocupante que uma mulher esteja investida de um cargo de tamanha importância e não mostre preocupação com os grandes problemas que afligem as mulheres brasileiras. O fato serve para refletirmos, que o feminismo ainda tem um longo caminho a percorrer. É importante lembrar que o feminismo é para todos, inclusive pastoras, ministras conservadoras, libertárias, donas de casa e inclusive para os homens, que devem adotar a luta das mulheres.
A proibição de abordar as questões de gênero no âmbito escolar, com o argumento de que incentivaria a homossexualidade é um equívoco, pois este é um espaço privilegiado para a formação da cidadania e deve abordar estas questões, que na maioria das vezes, não são abordadas na família, por preconceito ou falta de preparo. A escola precisa também ensinar à mulher que ela não nasceu apenas para ser mãe, ela é livre para ser o que quiser. Tem o direito de sair de um relacionamento sem correr risco de ser morta, como ocorre em muitos casos.
Em pleno século XXI, está mais que na hora de garantir às mulheres, o direito fundamental de viver.
Marina Lima Leal
Tramandaí, março de 2019.
 
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