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Texto publicado aqui em 28/08/2011 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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MERITOCRACIA
Muito se discute atualmente sobre o tema da meritocracia na área da educação. A grande mídia tem se ocupado frequentemente do tema, passando a impressão para a sociedade, de que os professores não são avaliados e se posicionam sempre contra a avaliação.
Este fato não corresponde à verdade. O plano de carreira dos professores estaduais prevê diversas formas de avaliação. A primeira é o próprio concurso público a que o professor se submete. Uma vez aprovado e nomeado, o professor passa por um período de estágio probatório, em que ele é observado nos quesitos de idoneidade moral, disciplina, assiduidade, dedicação e eficiência.
Se for aprovado no estágio probatório, o professor é efetivado, mas para ascender às diversas classes da carreira, ele depende, além do critério de antiguidade, o de merecimento que, segundo o artigo 29 do Plano de Carreira, refere-se ao "... fiel cumprimento de seus deveres e da eficiência no exercício do cargo, bem como da contínua atualização e aperfeiçoamento para o desempenho de suas atividades, avaliados mediante um conjunto de dados objetivos". Anualmente o profissional passa pela avaliação de uma comissão designada para este fim, na sua escola.
Existem também, em todas as escolas estaduais, os Conselhos Escolares que são formados por todos os segmentos que formam a comunidade escolar e que tem, além de outras, funções consultivas e fiscais sobre todo o trabalho desenvolvido nas escolas. Portanto, os educadores são avaliados por quem conhece sua atuação.
Fala-se em acrescentar aos critérios para a promoção do professor, o desempenho dos seus alunos, em avaliações externas e testes padronizados, que apenas buscam a quantidade e não a qualidade do trabalho desenvolvido em sala de aula.
A avaliação classificatória e seletiva é um instrumento de exclusão. A avaliação tem que ser participativa e diagnóstica, investigativa e emancipatória, considerando os tempos e ritmos de aprendizagem dos alunos.
Estas receitas, baseadas nas exigências de produtividade, reduzem a autonomia da escola ao estabelecimento de metas, baseadas em indicadores de desempenho.
Existe uma proposta na Câmara de Deputados, defendida por Gustavo Ioschpe, no jornal ZH de 04/06/2011, que obriga as escolas a exporem - quem sabe, num grande cartaz, na sua fachada - a média que "conquistaram" no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Nada mais perverso, porque classifica, hierarquiza as escolas, estabelecendo as boas e as ruins. Estimula a competição entre elas, em lugar de desenvolver a solidariedade. O Estado tem obrigação de oferecer educação de qualidade para todos.
Existem pesquisas em países, que adotaram a premiação de professores, baseada no desempenho dos alunos nestes tipos de avaliação, que mostram que este método produziu mecanismos de fraude do sistema. O mais importante para os professores passou a ser, ensinar aos seus alunos, macetes para sair bem na prova, substituindo a preocupação com uma formação integral e consistente.
Não se pode culpar o professor por todos os problemas da escola pública. O investimento insuficiente na educação, aliado aos baixos salários pagos aos educadores e a falta de uma política de formação continuada, com certeza, não podem produzir os bons resultados educacionais, tão almejados pela sociedade.
 
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