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Marina Lima Leal
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FORO PRIVILEGIADO |
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O Foro Privilegiado foi criado pela
primeira constituição republicana, a de 1891. Por
ele é garantido tratamento desigual aos brasileiros,
perante a lei, embora a Constituição atual
estabeleça que "todos são iguais perante a
lei".Hoje protege cerca de 22 mil autoridades . Dos políticos
com mandato, apenas os vereadores não desfrutam do privilégio. |
Diante da reação da opinião
pública contra esta prerrogativa, os ministros Luis
Roberto Barroso e Edson Fachin, ambos do STF, manifestaram
inconformismo em relação ao benefício, que
está deixando a própria Corte antipatizada com a
opinião pública. Edson Fachin considera incompatível
com o princípio republicano, a determinação
de que uma autoridade seja julgada em tribunal específico. |
Por outro lado, a demora no julgamento
pelos tribunais superiores leva ao risco da prescrição,
o que garantiria a impunidade a autoridades protegidas pelo Foro
Privilegiado. |
Recentemente os brasileiros presenciaram
duas decisões contraditórias envolvendo situações
idênticas: no ano passado, quando a então
presidente Dilma nomeou o ex-presidente Lula como ministro, ele
foi impedido de assumir pela presunção de que
estava havendo intenção de obstruir a justiça,
dando a ele o direito ao Foro Privilegiado. Há poucos
dias, o presidente Temer nomeou Moreira Franco, que se encontra
na mesma situação de Lula e o ministro do STF,
Celso de Mello considerou válida a nomeação. |
Este fato reacendeu a discussão
sobre o fim do Instituto. |
Nesta situação são
deputados, senadores, ministros que contam com o tempo para
conseguirem impunidade e os integrantes do STF, pressionados
pela opinião publica, começam a se manifestar
clamando por mudanças. |
Necessário se faz que se discuta,
senão o fim, mas uma revisão profunda e imediata
deste Instituto. O povo brasileiro não aceita mais privilégios
deste tipo. |
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Marina Lima Leal |
Fevereiro de 2017. |
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