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Texto publicado aqui em 07/03/2017 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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FORO PRIVILEGIADO
O Foro Privilegiado foi criado pela primeira constituição republicana, a de 1891. Por ele é garantido tratamento desigual aos brasileiros, perante a lei, embora a Constituição atual estabeleça que "todos são iguais perante a lei".Hoje protege cerca de 22 mil autoridades . Dos políticos com mandato, apenas os vereadores não desfrutam do privilégio.
Diante da reação da opinião pública contra esta prerrogativa, os ministros Luis Roberto Barroso e Edson Fachin, ambos do STF, manifestaram inconformismo em relação ao benefício, que está deixando a própria Corte antipatizada com a opinião pública. Edson Fachin considera incompatível com o princípio republicano, a determinação de que uma autoridade seja julgada em tribunal específico.
Por outro lado, a demora no julgamento pelos tribunais superiores leva ao risco da prescrição, o que garantiria a impunidade a autoridades protegidas pelo Foro Privilegiado.
Recentemente os brasileiros presenciaram duas decisões contraditórias envolvendo situações idênticas: no ano passado, quando a então presidente Dilma nomeou o ex-presidente Lula como ministro, ele foi impedido de assumir pela presunção de que estava havendo intenção de obstruir a justiça, dando a ele o direito ao Foro Privilegiado. Há poucos dias, o presidente Temer nomeou Moreira Franco, que se encontra na mesma situação de Lula e o ministro do STF, Celso de Mello considerou válida a nomeação.
Este fato reacendeu a discussão sobre o fim do Instituto.
Nesta situação são deputados, senadores, ministros que contam com o tempo para conseguirem impunidade e os integrantes do STF, pressionados pela opinião publica, começam a se manifestar clamando por mudanças.
Necessário se faz que se discuta, senão o fim, mas uma revisão profunda e imediata deste Instituto. O povo brasileiro não aceita mais privilégios deste tipo.
Marina Lima Leal
Fevereiro de 2017.
 
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