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Texto publicado aqui em 05/03/2014 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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A EFICÁCIA DO VOTO ABERTO
Em setembro do ano que passou, escrevi sobre a absolvição pela Câmara, do deputado Natan Donadon, em texto intitulado "Indiferentes ao Recado das Ruas".
Hoje volto ao tema, depois da decisão por 467 votos a favor da cassação, nenhum contra e apenas uma abstenção, contra 233 pela cassação e 131 pela absolvição, em agosto do ano passado, quando eram necessários em ambos os casos, 257 votos, no mínimo, para que o deputado fosse cassado.
No último dia 12 de fevereiro, diante da "nova chance" de julgar o colega, vários deputados foram à tribuna defender a cassação, tentando com esta atitude, recuperar a imagem do Parlamento, depois da vergonhosa decisão de agosto do ano passado, quando absolveram um de seus pares, já condenado pela justiça à pena de 13 anos de reclusão. A absolvição causou desconforto à Câmara que tinha sido alvo de recente protesto, em que manifestantes ocuparam o teto do Congresso.
A virada no placar se deu por uma mudança nas regras da Casa. Uma semana após livrar Donadon, diante da grande repercussão do fato nas redes sociais, na mídia e na sociedade brasileira em geral, a Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabeleceu o fim do voto secreto, proposta esta que estava tramitando na Câmara, desde o ano de 2001.
Com o fim deste instrumento, o parlamentar deixa de contar com a proteção do anonimato, que lhe proporcionava o voto secreto e tem que se expor diante da opinião pública, especialmente diante de seus eleitores, que devem julgar sua postura, num momento crucial para a imagem do Congresso e, especialmente, num ano eleitoral.
Este foi o primeiro teste de transparência imposto pela votação aberta e se constitui numa mudança histórica na conduta do Congresso, em relação à atitude de seus componentes, no momento em que cassa um membro da Casa, que aspirava manter a representação legislativa, mesmo depois de julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por formação de quadrilha e desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Rondônia. O fato beneficia o próprio Legislativo, que passa por um desgaste muito grande e precisa recuperar o crédito perdido e fortalece o processo democrático.
Depois da instituição do voto aberto, os parlamentares tem consciência de que estão sendo acompanhados por seus eleitores, aos quais devem prestar contas de suas atitudes, sob pena de não voltarem a se eleger.
A vigilância permanente da sociedade brasileira sobre seus representantes é que vai aperfeiçoar nossa política e tornar nossas instituições mais democráticas e transparentes.
 
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