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Texto publicado aqui em 13/10/2017 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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DIA DO PROFESSOR EM 2017
Todos os anos, ao chegar esta data, sempre tenho esperança de um dia poder escrever uma crônica, falando sobre conquistas e avanços alcançados pelo magistério, no entanto, a cada ano que passa, sou obrigada a escrever um texto mais pessimista, onde tenho que falar inclusive em perdas de direitos duramente conquistados, especialmente pelos professores da rede estadual.
Desde que assumiu o governo, Sartori não concedeu nenhum tipo de reajuste, nem mesmo corrigiu os salários pelos índices da inflação. Vem há 21 meses parcelando os salários do magistério e demais funcionários do Executivo. Criou uma situação insustentável, submetendo o funcionalismo a toda sorte de constrangimentos, empurrando os professores e funcionários de escola para mais uma greve, direito legítimo dos trabalhadores, deflagrada em Assembleia Geral, no dia 5 de setembro, portanto, há mais de um mês.
A primeira parcela paga vem decrescendo a cada mês, chegando no final de agosto aos R$ 350,00, o que motivou tristes situações, em que o professor não teve dinheiro para ir à escola, ministrar suas aulas.
O governo alega reiteradamente, que o Rio Grande está em crise e cancelou pagamentos a credores, nomeações de concursados e realização de novos concursos, no entanto, alguns dias depois de assumir, sancionou reajustes salariais de 64,22% para todos os seus secretários e para o vice-governador e 26,34% para os deputados estaduais.
Para enfrentar os ataques do governo, os servidores estaduais organizaram o Movimento Unificado dos Servidores Públicos - MUS, que através de um estudo sério e bem fundamentado, realizado pelo Sindicato dos Técnicos Tributários da Receita Estadual, mostrou que, a crise do Estado não é de despesa e sim de receita. O Rio Grande do Sul deixa de arrecadar 16 bilhões a cada ano, sendo 7 bilhões de sonegação e 9 bilhões de isenção de impostos.
Ao não enfrentar esta situação, Sartori faz a opção de sacrificar os funcionários públicos, instalando um clima de terrorismo ao deixá-los sem saber se terão seus salários pagos no final do mês e, com a continuação da greve, ameaça inclusive de demissão, os profissionais contratados.
Até quando a educação e seus profissionais serão tratados com tanto descaso? Como consequência desta desconsideração, dados apontam, que raros são os jovens que ainda optam pela profissão. Preocupante.
Marina Lima Leal
Outubro de 2017
 
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