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Marina Lima Leal
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DIA DO PROFESSOR
EM 2017 |
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Todos os anos, ao chegar esta data, sempre
tenho esperança de um dia poder escrever uma crônica,
falando sobre conquistas e avanços alcançados pelo
magistério, no entanto, a cada ano que passa, sou
obrigada a escrever um texto mais pessimista, onde tenho que
falar inclusive em perdas de direitos duramente conquistados,
especialmente pelos professores da rede estadual. |
Desde que assumiu o governo, Sartori não
concedeu nenhum tipo de reajuste, nem mesmo corrigiu os salários
pelos índices da inflação. Vem há 21
meses parcelando os salários do magistério e
demais funcionários do Executivo. Criou uma situação
insustentável, submetendo o funcionalismo a toda sorte de
constrangimentos, empurrando os professores e funcionários
de escola para mais uma greve, direito legítimo dos
trabalhadores, deflagrada em Assembleia Geral, no dia 5 de
setembro, portanto, há mais de um mês. |
A primeira parcela paga vem decrescendo a
cada mês, chegando no final de agosto aos R$ 350,00, o que
motivou tristes situações, em que o professor não
teve dinheiro para ir à escola, ministrar suas aulas. |
O governo alega reiteradamente, que o Rio
Grande está em crise e cancelou pagamentos a credores,
nomeações de concursados e realização
de novos concursos, no entanto, alguns dias depois de assumir,
sancionou reajustes salariais de 64,22% para todos os seus
secretários e para o vice-governador e 26,34% para os
deputados estaduais. |
Para enfrentar os ataques do governo, os
servidores estaduais organizaram o Movimento Unificado dos
Servidores Públicos - MUS, que através de um
estudo sério e bem fundamentado, realizado pelo Sindicato
dos Técnicos Tributários da Receita Estadual,
mostrou que, a crise do Estado não é de despesa e
sim de receita. O Rio Grande do Sul deixa de arrecadar 16 bilhões
a cada ano, sendo 7 bilhões de sonegação e
9 bilhões de isenção de impostos. |
Ao não enfrentar esta situação,
Sartori faz a opção de sacrificar os funcionários
públicos, instalando um clima de terrorismo ao deixá-los
sem saber se terão seus salários pagos no final do
mês e, com a continuação da greve, ameaça
inclusive de demissão, os profissionais contratados. |
Até quando a educação
e seus profissionais serão tratados com tanto descaso?
Como consequência desta desconsideração,
dados apontam, que raros são os jovens que ainda optam
pela profissão. Preocupante. |
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Marina Lima Leal |
Outubro de 2017 |
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