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Texto publicado no sítio da ACE em 07/12/2020 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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AULAS PRESENCIAIS
Ofício do último dia 30 de setembro, do GAB/DRH/SEDUC “convoca os servidores e professores, para retornar às aulas presenciais”. Inclusive com ameaça do governo de que, quem não comparecer à escola, receberá falta, ficando assim, sem efetividade.
A partir do dia 05 de outubro, as escolas estaduais terão de manter plantões para receber os equipamentos de proteção individual (EPIs), que deverão começar a chegar, a partir da data. Até hoje foi somente promessa.
O Estado também promete chamar 1107 servidores da área de limpeza e 3.750 professores temporários para substituir os que estão em grupo de risco.
A pergunta que não quer calar é: se o Estado não reajusta o salário de seus servidores, nem paga em dia há mais de 5 anos, como fará estas contratações? Com que recurso?
As escolas estaduais não possuem as mínimas condições para o retorno das aulas presenciais: não existe testagem, equipamentos de proteção individual (EPIs), infraestrutura, recursos humanos e pedagógicos. Além disto, professores, funcionários e alunos teriam que se deslocar usando transporte público ou escolar. O deslocamento de educadores, estudantes e famílias irá propiciar, com certeza, um aumento dos índices de contaminação.
Uma pesquisa, realizada pelo CPERS/Sindicato, indica que de 80 a 90% dos pais não se sentem seguros para mandar seus filhos para as escolas. Se os educadores e pais entendem que não é o momento de voltar, por que o governo insiste? Diversos municípios já decidiram por não retornar em 2020.
Não desconhecemos que muitos pais voltaram a trabalhar e não tem onde deixar os filhos, mas temos que priorizar a vida, que fica ameaçada, por um retorno, sem as condições necessárias.
Há um movimento das escolas junto com seus Conselhos Escolares no sentido de referendar que, a escola não tem condições de retorno, em função da pandemia que segue com altos índices de contaminação. É muito importante que a comunidade escolar participe desta decisão. Algumas escolas já decidiram por não retornar, com o apoio de seus Conselhos Escolares.
Também é importante, que as escolas não assinem documento, que joga a responsabilidade para a Escola e a comunidade escolar. Se tudo estivesse tão seguro, haveria necessidade de assinatura de documento para livrar o governo da responsabilidade?
O CPERS/Sindicato fará Assembleia Geral no dia 08 de outubro. Muito importante a participação de todos, professores e funcionários para decidir em defesa de nossas vidas, a de nossos alunos e seus familiares.
Nossas escolas estão sucateadas pela irresponsabilidade dos governos e não estão preparadas para um retorno das aulas presenciais, neste momento.
Marina Lima Leal
Tramandaí, 2 de outubro de 2020.
 
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