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Marina Lima Leal |
Texto publicado no sítio da ACE em 20/10/2011 |
MADRID |
Madrid é uma linda cidade. Os prédios
do centro histórico são verdadeiras obras de arte, que
encantam a qualquer visitante. Além disto, a cidade possui inúmeras
fontes e parques que se constituem numa atração à
parte.
A Praça de Cibeles, construída no final do século
XVIII é sem dúvida a mais importante de Madrid e em cujo
centro se encontra a Fonte de Cibeles, símbolo da cidade que,
juntamente à fonte de Apolo e a de Neptuno faziam parte da decoração
original do Passeo del Prado, projetado pelo rei Carlos III, no século
XVIII. A maioria das praças de Madrid tem uma característica
interessante, ocupam uma quadra inteira e se localizam na parte interna
das construções, que as circundam. A Plaza Mayor foi
mandada construir pelo rei Felipe II no século XVI; recebeu
diversas reformas e hoje abriga o Centro de Turismo Plaza Mayor.
A Plaza de Toros Monumental de Lãs Ventas é um lindo
prédio que nos dá idéia do valor que os espanhóis
dão às chamadas "Corridas de Toros" e nos
surpreende que, em pleno século XXI, este povo ainda continue
cultivando esta prática tão brutal para com os animais. Conhecemos
dois museus: O Museo del Prado com um grande e valioso acervo e o Museo
Reina Sofía onde encontramos obras de Lygia Pape, artista
brasileira, Joan Miró, Salvador Dalí e o quadro "Guernica"
de Pablo Picasso. Importante informar que os Museus oferecem dias e horários
onde o povo pode visitá-los gratuitamente.
O Parque de El Retiro é um recanto de paz e natureza, no
centro da cidade. Possui árvores centenárias, fonte e um
certo ar romântico, que atrai pessoas de todas as idades. Apesar
de todas estas belezas, que podem ser apreciadas e usufruídas
pelos habitantes de Madrid, a crise também chegou lá. Nos
dias em que lá estivemos, houve diversas manifestações,
sendo a dos professores, a mais importante delas. Era reinício de
ano letivo e milhares de docentes saíram às ruas para
protestar contra o corte de verbas para a educação, o
sucateamento e a privatização da educação pública.
Reivindicavam inclusive, a demissão do ministro. Quatro dias
depois do início das aulas havia dezenas de pais, numa fila
buscando uma vaga para seu filho, em situação
desesperadora. Os órgãos governamentais garantiam que
todos teriam sua vaga. Isto verdadeiramente me surpreendeu, num país
que eu acreditava, ter superado este tipo de problema.
Há um grande número de desempregados e encontramos
até pedintes. Outra discussão que estava ocorrendo
era o projeto de imposto sobre as grandes fortunas, proposto para
minorar os efeitos da crise. Esta taxa não era cobrada desde
2007. Os que possuem uma renda a partir de um milhão de Euros
deverão pagar o imposto. Acontecia um debate acalorado entre os
que defendiam que, os ricos deveriam fazer um esforço maior em
tempo de crise e os que discordavam desta posição.
A Espanha é pois, mais um foco da crise do capitalismo, que
atinge o mundo. |