Raros não sonham em retornar àquele tempo maravilhoso. Nosso Gonçalves Dias pedia a Deus para voltar, para desfrutar os primores que não encontrava fora de lá. Rainer-Maria Rilke perguntava: “Mesmo numa prisão cujas paredes abafassem todos os ruídos do mundo, não lhe restaria sempre a sua infância, esse tesouro de recordações?” Tesouro guardado no fundo de um lago escuro, só penetrado pela “lanterna de popa”. Nossa vida cresce ou diminui, na medida da sua luz, a própria vida é mais ou menos plena na mesma medida.

Lamento ter sido chamado a escrever o posfácio, não pude dar a boa nova no prefácio, de que a autora estaria revelando o filme, revelando-se criança em verso e prosa.